Não concordo com didatura, seja aonde for, mas a imprensa precisa estudar melhor o sistema eleitoral cubano para não divulgar inverdades.
O Partido Comunista Cubano não participa das eleições, até mesmo porque não precisa, pois é tratado como uma instituição nacional guardiã dos princípios da revolução, isso está escrito na Constituição Federal Cubana, art. 5º.
O sistema eleitoral cubano funciona em três etapas. Esta etapa que ocorreu no domingo foi a etapa final.
Na primeira etapa os candidatos são lançados dentro das fábricas, nos locais de moradia e em grupos por afinidades.
Na segunda etapa esses setores escolhem o candidato de acordo com o número eleitores que representam. Feito isso, compõe-se as chapas com o exato número de cadeiras que serão preenchidas. Tudo fiscalizado pela comissão eleitoral que é uma espécie de TSE.
Na terceira etapa os eleitores vão apenas confirmar ou não o processo eleitoral, podendo apenas rejeitar os nomes, caso isso aconteça, será reaberto o processo para preenchimento da vaga rejeitada.
Os deputados, depois de eleito, comporão o congresso parlamentar e este escolherá, dentre os deputados eleitos, o presidente da República.
Como eu sei disso? Eu, Martinho Carmona e o Zeno Veloso fomos observador eleitoral internacional naquele País.
No Brasil a chamada eleição livre e direta também acontece por etapas e existe uma etapa destinada apenas aos caciques políticos, dono dos partidos. É aquela em que se escolhe os candidatos e as coligações, o povo não participa dessa escolha, pois ela é feita internamente, dentro dos partidos. Pode acontecer, como já aconteceu, que os candidatos escolhidos pelos partidos para governar uma cidade não agradem ao povo e isso fará subir o número de abstenção, mas não inviabilizará o processo.
No Estados Unidos não se elege o Presidente diretamente, mas sim os delegados que compõe o colégio eleitoral. E o colégio eleitoral escolhe aquele que será o presidente. O colégio eleitoral é simbolico, pois consideram eleito aquele que eleger o maior número de delegados.
Isso tudo não quer dizer democracia, mas, seja em que situação for, a pior democracia é sempre melhor que a melhor ditadura.