O texto a seguir é a posição do Partido Verde do Pará para as próximas eleições de 2008 e 2010. Peço desculpa as pessoas que acessam o Blog por publicar um texto tão grande assim, mas estou fazendo isso a pedido de membros do PV.
O Partido Verde, nessa eleição, deve conectar 2008 à 2010, mas sempre atento ao principal objetivo partidário: ser um instrumento de ecologia política. Essas duas tarefas, aparentemente fácies, nos colocam desafios a serem encarados com planejamento e determinação.
Comecemos por entender o que significa conectar esses objetivos.
Nessas eleições de 2008, aqui no Pará, salvo poucos municípios, dos quais se destacam Oriximiná, Tucuruí, Belterra e Placas, e o tema ambiental estando presente em quase todos os debates deste e dos próximos anos, o Partido Verde ainda não será o centro das disputas políticas.
Podemos dizer que essa dissociação é um primeiro desafio, pois somos o Partido que defende o meio ambiente, mas abrigamos poucos ambientalistas.
Para se ter idéia, a grande maioria dos nossos futuros candidatos não conhecem o tema e nem são originários do movimento ambientalista, é possível até que alguns tenham contradições nessa área.
Por outro lado, o Partido Verde, através de seus filiados, pouca influência exerce sobre as entidades ambientalistas da região amazônica. Em decorrência disso não lideramos nesses tempos qualquer luta ou campanha ambiental que nos credenciasse perante a sociedade.
O tema ambiental é uma prioridade da sociedade e isso está refletido em cada jornal da grande imprensa, visto que as suas pautas não abandonam o tema, todos os dias temos pelo menos uma matéria a esse respeito, seja na televisão seja nos jornais de grande circulação. Instituições financeiras como o Bradesco e o Banco do Brasil fizeram do meio ambiente o seu marketing. De olho na preferência dos eleitores, muitos partidos adotaram as bandeiras ambientais e as defendem como suas, associando-as as outras de seu ideário histórico.
O meio ambiente não é mais um modismo ou coisa de ecologistas. Hoje a preocupação com o ambiente saiu do âmbito dos defensores do mico-leão dourado para ganhar as ruas, escolas e casas. O aquecimento global e as mudanças climáticas assustam e causam impacto na população.
Isso já era previsto, mas chegou com força e antes que nós do Partido Verde, apesar dos 21 anos de existência, estivéssemos preparados para dirigir as políticas desse setor. Antes de lamentar, cabe aos verdes brasileiros fazer ajustes na sua trajetória para colaborar com o avanço de políticas públicas e da consciência social em favor do Planeta, tudo isso com o trem – ou seria bicicleta - em movimento.
No aspecto puramente político-partidário devemos lembrar que a ausência de militância e história de convivência partidária dos filiados e das nossas direções nos foi terrível em 2006, assistimos membros do PV apoiando candidatos de outros partidos em detrimento dos nossos.
Um cenário assim nos obrigará a escolher caminhos de crescimento seguro e sustentável. O primeiro deles é o de reafirmar nosso caráter “verde” fazendo com que temas sociais e econômicos passem pelo crivo ambientalmente correto. Isso nos obriga apostar na formação dos quadros já filiados e na descobertas e recrutamento de novas lideranças emblemáticas do setor para incorporá-los a nossa campanha eleitoral.
Depois é preciso que nas cidades onde estejamos disputando eleições majoritárias os nossos candidatos defendam claramente as bandeiras ambientais e isso fique como marca perante a população, de tal forma que grande parte do nosso eleitor se defina também por isso.
Já nos municípios onde o partido for obrigado a celebrar alianças, essas devem estar baseadas em compromissos ambientais e em espaço que assegurem a condução de políticas desse setor.
As nossas restrições quanto à aliança não deve levar em conta a sigla partidária ou o bloco, mas sim o comportamento ambiental, as propostas ambientais e éticas dos nossos aliados, deve ficar claro que as Direções Municipais não estarão autorizados a celebrar qualquer aliança com partidos ou políticos que adotem posturas, incentivem ou pratiquem agressões ambientais. Mesmo rigor deve ser cobrado no campo da ética.
Quanto a nossa chapa de vereadores, deve ser dada preferência para candidatos identificados com o nosso programa e com a construção do projeto 2010, sendo este um dos critérios na hora dos cortes e do apoio de infra-estrutura. Não custa lembrar que a nova postura do Tribunal Superior Eleitoral quanto à fidelidade partidária está consolidada, sendo assim, aqueles que se elegerem pelo Partido Verde deverão exercer todo seu mandato pela sigla Verde, daí a responsabilidade com os candidatos e principalmente com os eleitos.
As eleições municipais devem servir para o crescimento e reafirmação do Partido Verde, assim sendo, todos os nossos candidatos precisam saber que o partido está se preparando para 2010 e que a nossa meta é aumentar nossa bancada de deputados estaduais e, prioritariamente, eleger a primeira bancada de deputado federal verde na região amazônica, daí que não se aceitará dobradinhas fora do PV cujo compromisso se estenda até 2010.
Em, 09.02.08
José Carlos Lima da Costa
Presidente Estadual