Temporários, o que fazer?

Conviví com o problema temporários em todos os polos possíveis. Quando deputado do PT e na oposição ao Governador Jáder, adotei a posição da nossa bancada, que era contrária a contratação temporária fora dos parâmetros da Lei Complementar de autoria do deputado Zeno Veloso. Essa lei determinava que os contratos, fora do concurso público, eram apenas para situação emergêncial. O Governador Jáder, contrariando os termos da lei, criou uma cota de temporários por deputado da base aliada e fez um verdadeiro festival. Para se ter idéia, um dia antes do Jáder passar o Governo para Carlos Santos a Casa Civil contratou mais de 4 mil temporários.
Toda vez que estava para vencer os contratos o deputado Antenor Bararú, instruído pelo Palácio dos Despacho, apresentava um projeto prorrogando o prazo e era um Deus nos acuda, pois os temporários ocupavam as galerias da Assembléia Legislativa para vaiar os deputados do PT que sempre votam pela realização do concurso público.
Esssa situação foi se prolongando e me alcançou novamente na condição de Chefe da Casa Cilvil do Governo, agora do outro lado do balcão e com o problema bem maior, pois o tempo já havia piorado a situação. O governador Jatene, porém, atendendo a equipe de governo e sensibilizado pelo problema, optou por um plano criterioso de substituição através de concurso público, distrato dos mais recentes e determinou a elaboração de um programa social, via Banco do Cidadão, para incentivar o recomeço de muitos que haveriam, por força do Termo de Ajuste de Conduta assinado com o Ministério Público do Trabalho, de perder seus empregos. Fizemos isso sem tumultuar a vidas das pessoas e sem deixar de atender a comunidade.
Hoje o problema me alcança novamente na condição de amigo de muitos temporários e, com eles, tenho vivido suas dores e angustias pela possibilidade perder o emprego. Continuo á favor do concurso público, mas diante de programas como o bolsa família, acredito que aprovar a Emenda Constitucional para deixá-los no emprego não faria tanta diferença para o Estado e seria mais um programa social do governo. O que vocês acham?
 

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