A disputa da grande imprensa

O Liberal deste domingo publica na coluna "PorDentro", assinada pelo jornalista, consagrado e premiado, Ronaldo Brasiliense, uma entrevista com Francisco Victer, presidente de uma tal União das Industrias Exportadoras de Carne do Estado do Pará, atacando a exporação de boi vivo que, para ele, é um tiro no pé, pois "cria uma concorrência desigual e até mesmo desleal, tornando uma ameaça clara à estabilidade da indústria da carne deste Estado."
O Diário do Pará, na mesma data, publica uma entrevista com o agropecuarista e líder sindical Diogo Naves defendendo a exportação do boi em pé como uma conquista de mercado, um aval de qualidade do rebanho paraense e porque a industria frigorifica local não tem capacidade de absolver toda a produção de gado para abate.
Nesta briga estão em lados opostos o cartel dos frigoríficos e os pecuristas. Os frigoríficos querem ditar o preço, forma e prazo de pagamento, além de controlarem todo abate, não permitindo questionamento quanto ao peso e descartes de animais reprovados na inspeção sanitária, provocando sérios prejuízos ao setor.
Os pecuristas descobriram, na exportação de boi em pé para o Líbano, uma maneira de escoar o gado e controlar a oferta, influenciando no preço. A exportação, porém, não deixa imposto para o Estado e ainda não tem infra-estrutura porturária adequada, mas isso é um problema governamental.
Com relação a grande imprensa fica apenas o registro da coincidência dos dois grandes jornais
abordarem no mesmo dia, um mesmo tema, por lados opostos. Parece até jogo combinado.
 

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