O PT de Ontém

Como registro para história reproduzo um trecho do Programa de Governo LULA para as eleições de 1994. Era o tempo do Governo Democrático e Popular.

"LUTA PELAS REFORMAS
Daremos prioridade ao debate programático porque será vital para a vitória e para o êxito do Governo Lula que milhões de brasileiros ergam as bandeiras da reforma agrária, da distribuição da renda, da retomada do crescimento econômico em novos padrões, da erradicação da miséria, da revolução educacional e da recuperação dos serviços públicos, imprimindo ao seu voto um conteúdo consciente.
A difusa vontade de mudança que hoje se aglutina em torno de Lula precisa ser politizada e transformada em compromisso concreto de luta pelas reformas. E isso não pode ser obtido, à escala de milhões de cidadãos, apenas com a publicação de um programa geral, por mais consistente e fundamentado que seja.
É preciso que o conteúdo amplo de nosso programa de governo seja resumido em um núcleo compacto de idéias-força facilmente assimiláveis até pelos brasileiros de pequena ou nenhuma escolaridade. Emprego, salário decente, comida, terra, casa, escola, saúde, cadeia para os corruptos, fim da violência, são alguns dos temas centrais que requerem ênfase especial durante a campanha, seja sob a forma das "cinco pontas da estrela" , dos "treze pontos do Lula" ou qualquer outra fórmula simbólica de impacto. Nesse sentido, muito antes do 3 de outubro será necessário lançar projetos concretos, detalhando todas as iniciativas que serão adotadas pelo novo governo relativamente a tais idéias-força, apresentando prazos, metas e números palpáveis.
Dessa maneira, seremos capazes de responder ao desafio que é a ecessidade de gerar um clima contagiante de mobilização popular, em escala nacional, como condição indispensável para a vitória e garantia de realização do programa transformador.
As idéias-força não devem ser assumidas apenas por seu sentido pedagógico e como instrumento de propaganda em escala de massa. Elas são muito mais do que isso. Representam um eixo central para toda a nossa argumentação de campanha. Cada debate sobre dívida externa, dívida interna, privatizações, estatais e controle da inflação não pode ser aceito por nós no contexto frio da racionalidade econômica, onde a fome e a miséria se diluem em estatísticas abstratas.
Deve ser travado, obrigatoriamente, em conexão direta com o enfoque da miséria, do desemprego e da falta de escolas e hospitais. Porque, se é para combater a fome, gerar empregos, garantir moradia, terra, educação e saúde, a população assumirá perfeitamente a necessidade de qualquer alongamento na chamada dívida pública, dureza no tratamento da dívida externa, a defesa do patrimônio representado por estatais necessárias, como a Petrobrás, o Banco do Brasil etc."
 

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