SINAL VERMELHO. SINAL DE PERIGO?

(O artigo abaixo me foi enviado pelo amigo Edmir, com a devida autorização, publico aqui)
Estão se tornando corriqueiras as notícias nos jornais da cidade sobre morte no trânsito. Não foi a batida de um motorista que avançou o sinal vermelho, não foi um pedestre desatento que atravessou a faixa fora de hora. Foi numa manhã de domingo que um médico parou em obediência ao semáforo e foi morto por assaltantes; foi um padre que se dirigia para casa e foi abordado em seu carro, um professor de muitos amigos perdeu a vida na Marambaia, um policial caiu morto dentro do ônibus na Pedro Álvares Cabral, naquela mesma avenida um jovem geólogo parou em obediência ao sinal vermelho e o assalto e o tiro fatal, um estudante da UEPA é morto em uma noite de domingo e quase ninguém falou nada. Outro professor é baleado e morre dentro de seu carro no Jurunas. Nos cruzamentos da cidade estão os sinais vermelhos dos faróis e do sangue derramado trabalhadores assassinados. Sim! Trabalhadores.

Mas afinal, o sinal vermelho à noite significa perigo? Uma rua aparentemente calma em uma manhã de domingo, significa perigo? Aonde se pode ir com tranqüilidade e segurança? Está proibido abrir as portas, olhar à janela? Sair com a família para um passeio?

Passamos da sensação de insegurança para a certeza de que não estamos seguros em lugar nenhum nesta cidade.

Por isso surgem os que se acham no direito de fazer a lei com as próprias mãos, os que dizem na televisão “menos um”, quando um bandido é morto, como se ser bandido fosse vocação. Soa a voz até de cristãos que são a favor da pena de morte, dos que desejam ver menores infratores nos presídios; porque a cidade desprotegida cria seus alarmantes mecanismos de proteção e passa a funcionar o “olho por olho, dente por dente.” A violência para combater a violência e tudo vai se tornando banal.

Enquanto isso o comando da polícia militar mostra seu nível de compromisso com a proteção da vida de cada cidadão. São especialistas em montar estratégias, fazer operações fracassos, discursos repetidos com as velhas frases: “estamos tomando providências”.

Temos o direito de exigir proteção de verdade. Segurança e liberdade para os homens e mulheres de bem desta cidade. Temos a liberdade de dizer que parece que os comandantes de nossa polícia militar são especialistas e ágeis quando é para dar ou obedecer a ordens de massacrar trabalhadores, como fizeram no caso de Eldorado de Carajás, depois se recolhem aos seus quartéis e talvez até gozem de nós trabalhadores e trabalhadoras.

Edmir Carvalho Bezerra
 

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