Violência



O dr. Dácio Cunha, advogado militante em Parauapebas, tombou na porta da sua casa, derrubado por três tiros vindos da pistola de um homem em uma moto e não se sabe o motivo.

A dona Feliciana e seu marido, sargento PM Hélio, seguiam pela avenida Portugal, em Belém, quando viram que três homens empreendiam fuga após haverem assaltado comerciantes, o treinamento e o compromisso com a segurança pública fizeram Hélio reagir e tentar parar os bandidos.

O Sargento jogou o carro por sobre a moto, os bandidos caíram, levantaram e atiraram, fazendo mais duas vítimas para as estatísticas que colocam o Pará como o segundo estado mais violento do Brasil.

A morte do dr. Dácio é a décima primeira a atingir os advogados paraenses que ainda reclamam a prisão dos mandantes do brutal assassinato do dr. Jorge Pimentel em Tomé Açu. O sargento Hélio é o trigésimo quarto polícia abatido pelos bandidos.

A violência não escolhe profissão, classe e nem função, ela vem atingindo pessoas de todas as camadas. É preocupante a concentração de jovens mortos e presos. Também chama atenção o número crescente de mulheres cometendo crimes. Os cemitérios e os presídios estão lotados e nas planilhas os números são cada vez mais preocupantes.

Os dois últimos governos apostaram em equipamento e pessoa para as policias. Carros foram locados, armas compradas, cadeias construídas, mas nada disso foi suficiente para fazer retroceder a violência, simplesmente porque não se quer entender os motivos do avanço da criminalidade.

Vou dar o meu palpite dentro da lógica que soluções novas não resolvem velhos problemas, mas sim a busca de novos caminhos.

Três questões podem ser vistas como importantes no combate a violência.  O crime organizado que manipula o comércio de drogas; as execuções de pessoas que se alimentam da impunidade; e a corrupção que desvia recursos públicos, impedindo que se melhore a qualidade de vida dos mais pobres.

Duas ações imediatas poderiam render melhorias. A primeira seria a implantação de uma política de tolerância zero. A segunda seria a ofertar de serviços públicos de inclusão social baseados em mais cultura, lazer e esporte para a juventude.

O Governador deveria convocar o conselho de estado que está previsto na constituição estadual e reunir os representantes dos poderes e da sociedade civil para traçar metas para o programa de tolerância zero com qualquer tipo de crime, priorizando o combate a corrupção e ao crime de pistolagem.

Em seguida, e como parte importante desse processo de inclusão, o Governo deveria montar forças tarefas para implantar grandes centros de cultura, esporte e lazer por bairros dos grandes centros. Nestes locais teriam quadras, salas de jogos, espaços para programas culturais, ao lado de grandes parques e áreas verdes para o lazer da população carente. Tudo acompanhando de profissionais treinados e pagos dignamente.

Novos caminhos nos levarão a paz que tanto a sociedade paraense almeja.
 

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