Eleição municipal, como acertar no melhor candidato?

Praticamente já foi dada a largada para as eleições municipais. O eleitor, daqui para frente, vai começar a ser instigado a pensar sobre o assunto. As notas das colunas vão destacar os feitos de uns ou os defeitos de outros. As reportagens dos jornais e rádios vão tentar induzir o eleitor na direção de determinados candidatos. Os cabos eleitorais, com a capa de líder de bairro, vão procurar as pessoas para pedir o voto.

Novo voltará a nos assaltar a velha dúvida de outras eleições, como escolher o melhor partido e o melhor candidato para cuidar da nossa cidade, seja como prefeito ou como vereador? Não é uma escolha fácil, não, não é mesmo!

Vamos aqui tentar nos ajudar mutualmente. Eu escrevo umas dicas que aprendi por ai e você posta comentários com a sua experiência. Que tal?

Dica 1. Comece por pensar nos problemas do dia a dia que atrapalham sua vida e de sua família, depois liste quem são os responsáveis por tornar a cidade um espaço de sacrifico e não de prazer.

A Rejane Barros, da Revista Troppo, abriu sua coluna neste domingo protestando contra a poluição de Belém, não só a poluição visual, mas também e principalmente a poluição sonora. Nossa cidade, de fato, está suja e barulhenta. Lixo espalhado pelas vias. Faixas de pano com propagandas de festas por todos os cantos, até em canteiros públicos. Faixadas horríveis anunciam os produtos e escondem a beleza da arquitetura urbana. Mas o barulho de foguetes, de festas, de carros-som, de buzinas... São insuportáveis. Fico fulo da vida quando encosta uma camionete com uma aparelhagem na traseira, que faz tremer tudo ao redor e tocando aquela bosta: eu era feiiiooo, agora eu tenho carro, ou, ou...

Na Coluna Repórter 70, o colunista, reclama do abandono a que estão submetidos os nossos casarões antigos, ameaçados de ruir por causa do abandono. O Capela Pombo, construída pela arquiteto Landi, foi posta à venda sem cerimônia. Prédios antigos com árvores crescendo nas fachadas.

Os carnavalescos, como Vetinho, André Kaveira, Eloi Iglesias, gritam contra a falta de apoio oficial a cultura. E não é só o carnaval que sofre, nossa cultura está sendo invadida por grupos dos nordeste financiados pela industria da cerveja. Estou com esperança no Tito Barata do IAP e no Nilson Chaves do Centur.

O Jornal O Liberal denuncia o descaso com a saúde da população e aponta como um dos responsáveis o jogo de empurra entre a Secretaria de Saúde do Município e do Estado.

O Manoel Nemésio, que mora com a família no Jurunas, sofre quando chove, pois não consegue entrar em casa sem molhar as canelas por causa da enchentes na Avenida Fernando Guilhon. A Feira Livre do Jurunas é uma imundice só, a lama do dia anterior se mistura aos pés dos inúmeros barraqueiros que marretam em plena via ou no abandonado Complexo do Jurunas. Os candidatos prometem que vão resolver o problema de drenagem do Bairro desde a época que Manito fundou o Racho Não Posso Me Amofinar e até hoje nada foi feito.

O amigo Robson e Ocivaldo, dois lutadores contra a corrupção que assola as prefeituras, sofrem com o trânsito infernal da Cidade. A quantidade de carros que circulam nas nossas ruas são em números cada vez maiores, o trânsito não tem planejamento e os motoristas paraenses dirigem muito mal. Novas vias não foram construídas e o transporte público, um problema para o líder comunitário do Camerlândia, é caro e de péssima qualidade.

A Márcia da Cremação e o Jorge da Terra Firma gostam de Belém e dos bairros onde nasceram, o que atrapalha é a violência urbana. Ver jovens da vizinhança serem atraídos pela droga e tragados pelas execuções por falta de alternativa não é nada alentador, pior porém é aturar os noticiários dizendo que os índices de violência estão baixando ou os políticos prometendo soluções que nunca chegam.

Os partidos e os candidatos sabem dos problemas que atormentam as pessoas porque estes aparecem nas suas pesquisas e, com ajuda dos marqueteiros, vão falar sobre os assuntos com tanta convicção que até nos confundem a cabeça, fazendo com que a gente erre no voto e sofra pelos quatro anos seguintes.

A ciência da boa opção de voto está em combinar todos os aspectos.

Dica 2. Observe as características pessoais do candidato: para ser um bom político, o candidato tem que ser uma boa pessoa, um bom irmão, um bom pai, um bom vizinho... Uma pessoa ruim para os seus, nunca será um bom político para sua cidade.

Dica 3. Procure conhecer o curriculum do candidato para saber da sua competência técnica. Não é preciso que o prefeito seja diplomado em todos os assuntos que a cidade precisa solucionar, mas ele precisa ser um administrador, precisa saber montar equipe e ter vontade de operar as mudanças.

Dica 4. Observe como ele agiu quando ocupou outros cargos. Dizem por ai que não é o poder que corrompe, o poder apenas revela a pessoa. Se o político foi um prefeito ou vereador omisso, ineficiente, corrupto, apoiou apenas a elite ou os inimigos da cidade em que você mora, para que você vai dar-lhe novo mandato?

Dica 5. Observe o partido ou os aliados do seu candidato. A velha máxima popular ainda é valida nestes casos, diga-me com que andas e direis quem tu és.

Um candidato recebe apoio financeiro para fazer propaganda e ganhar seu voto. Quem o apoio financeiramente faz investimentos. Uns investem numa boa cidade e outros investem em negócios eleitorais. Os que investem numa boa cidade são bons e ajudam na democracia, os que investem em negócios eleitorais querem retorno em dobro e são inimigos da população.

Dica 6. Antes de votar, veja quem está pagando a conta da campanha do candidato que quer seu voto.

Depois de ler estas dicas, alguém pode dizer que saber tudo isto antes de votar é difícil. Claro que é, mas não tem jeito, precisamos destas informações. As redes sociais podem ser um poderosos instrumento na busca e disseminação das informações. Vamos criar um movimento para esclarecer o eleitor? Eu topo.

 

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