As festas juninas me trazem saudades.
Nesses dias o papai passava no Bechara Matar, comprava bombinhas, estrelinhas e outras novidades para a criançada se divertir.
Num pote, atrás da porta, dormitava, fermentando, o aluá.
Pela manhã já haviamos tomado o banho de cheiro e comprado as coroas para usar à noite.
O mingau começava a ser feito no inicio da tarde. Primeiro ralava-se o coco seco, depois o milho branco e umas folhas de canela davam o toque final.
O milho verde, comprado de véspera , aguardava a hora de ser assado.
A lenha, preparada com antecedência, tomava formato de fogueira, cada uma maior que a outra. Havia disputas, a maior fogueira e a que ficava mais tempo acesa.
Noite chegando. As famílias arrumavam as cadeiras na porta para ver o movimento. Na casa ao lado morava a madrinha do Boi Malhadinho, que nesse dia vinha dançar para alegria geral. Sempre aparecia uma quadrilha junina e as bricadeiras seguiam animadas.
Noite alta, as labaredas cediam lugar as brasas e o cansaço abatia a criançada.
Os mais velhos aproveitam para assar milho, carne e tomar aluá.
Nesse dia as pessoas contratavam para passar de comadre ou madrinha de fogueira.
Chegaram as ruas asfaltadas, os celulares, as televisões e se foi o São João dos meus filhos.