A redação que abaixo será transcrita, foi escrita pela aluna JAMILLE COSTA VEIGA, do 3º ano do ensino médio, do Colégio Santo Antonio – Belém-PA. Recebendo a nota 10 (dez) em sua avaliação.
NO FUTURO, AS CONSEQUÊNCIAS DO PRESENTE
“A foto datava de 2008, um 30 de maio feliz com os amigos. Era uma foto antiga, mas guardava a alegria, a esperança, a despreocupação e a saúde que tínhamos naquela época.
Hoje, em 2070, olho para meu neto e fico indignado. Penso no meio copo de água diário a que ele tem direito, e em tantos outros copos que desperdicei quando criança.
Tive problemas renais na juventude. Certamente por teimosia, pois mamãe sempre dizia: “Beba água, meu filho, pelo menos dois litros por dia.” Que ironia. Agora, meu netinho é que apresenta quadros infecciosos permanentes. A escassez de água em sua nutrição diária acarretou-lhe cistite e o comprometimento de um rim.
Aproveitando-se da situação, as grandes empresas substituíram o antigo pagamento em dinheiro por salário semanal em litros d´água. Aliás, um dos maiores problemas é receber somente água própria para o uso, porque ninguém tem coragem de desperdiçar água potável lavando roupas, louças, calçadas ou tomando banho. Atualmente, tudo é descartável: roupas, sapatos, meias, pratos, copos, talheres. Tudo, menos o lixo.
Na natureza, restaram apenas as espécies extremófilas. Não existem mais melancia, manga, melão, maçã, nem plantas com folhas. Os peixes tornaram-se verdadeiros monstros, e ninguém mais ouviu falar em água viva.
A miséria na África era um prefácio do que temos agora: nada. Nossa saúde se foi, dando espaço à tristeza, desnutrição, velhice precoce, ás verminoses. O mercado de carbono faliu. Hoje, as negociações diplomáticas giram em torno da água.
A expectativa de vida caiu 55 anos, passando de 80 para 35 anos de puro sofrimento. O tempo passa e o mundo está morrendo. A exuberância e a esperança do passado se foram. E o pior de tudo é saber que muitos avisavam e poucos davam importância.