Quenzão e o Dalcídio

O Quem São Eles vai as ruas homenageando o poeta Dalcídio Jurandir, penso que a Academia Paraense de Letras e o Conselho Estadual de Cultura poderiam aproveitar o embalo do samba e fazer um belo trabalho de divulgação das nossas estrelas literarias como é o caso de Haroldo Maranhão e o Príncipe dos Poetas do Pará, Rodrigues Pinagé. E por falar em Pinagé, faço uma homenagem ao brilhante advogado Ubirajará Ferreira e Silva, ex-presidente do Banpará, apaixonado pelo Príncipe, reproduzindo versos do Poeta em defesa das mangueiras de Belém

MANGUEIRA DE AVENIDA

"Majestosa mangueira maltratada
em cuja copa a viração farfalha;
fronde que os ninhos mornos agasalha
dos alados cantores da alvorada!

Sentinela robusta e mutilada,
que, de machado em punho, o homem desgalha,
como se foras, na infeliz batalha,
planta nociva e bárbara da estrada!

Humano gesto o teu destino exprime:
Não te confrage a invalidez precoce,
E, em recompensa ao impiedoso crime,
do último galho, que ninguém consome,
soltas o fruto perfumado e doce,
para que teu algoz não sinta fome!"
 

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