O I Simpósio Internacional Amazônia e Desenvolvimento Sustentável: Críticas, Expectativas e Novo Modelo, promovido pelo Centro de Cultura e Formação Cristã, da Arquidiocese de Belém, encerrou na quinta-feira, 14, deixou uma sensação de mais dúvidas sobre os destinos da Amazônia.O PV foi representado pelo deputado estadual Gabriel Guerreiro, que atuou como moderador dos debates do último dia, cujo conferencista foi o ex-ministro Rubens Ricupero.DEUS SEJA LOUVADO! Foi uma iniciativa louvável da Igreja paraense. A conferência de abertura, no dia 12, foi proferida pelo ex-governador do Pará, Simão Jatene. Citando números do Imazon, Jatene mostrou cenários criados pela abertura de fronteiras econômicas no território paraense que só os cientistas compreendem ao analisarem dados e fatos, que, porém, o povo enfrenta no seu cotidiano de pobreza como se vivesse um paradoxo ao “desenvolvimento”.
BOOM X CRISE
É uma espécie de equação que revela os efeitos da ocupação desordenada. Segundo os estudos citados por Jatene, o fenômeno Boom X Crise. Traduzindo: a abertura de uma fronteira de exploração de ativos ambientais provoca forte migração e gera um boom econômico; em seguida, a área sobre uma crise alimentada pelo esgotamento do patrimônio natural explorado e mais pobreza que se revelam em indicadores sociais negativos potencializados por analfabetismo, mão-de-obra desqualifica, doenças, prostituição infantil, violência.
PERSONALIDADES
Personalidades de renome no meio acadêmico participaram do evento, além do ex-governador, entre elas o Armando Mendes – economista, professor aposentado da UFPA, criador do NAEA (Núcleo de Altos Estudos da Amazônia), ex-presidente do Basa; Adherbal Meira Mattos, jurista, professor da UFPA e Unama, membros de organismos jurídicos internacionais; Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, embaixador: Gabriel Guerreiro – geógrafo e Deputado do PV; Maria José Jackson - socióloga e professora da UFPA.
MODELOS FALHARAM
Foram unânimes em revelar que os modelos de desenvolvimento, criados pelo governo federal desde a metade do século passado, falharam fragorosamente na Amazônia; que o Estado Nacional foi incompetente para criar políticas públicas que garantissem o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental. Ilustração: não precisa ser cientista para constatar que as fronteiras que geram o tal Boom X Crise foram: rodovias Belém-Brasília, Transmazônica, PA-150; hidrelétricas de Tucuruí e Balbina; grandes projetos de mineração como Carajás, Jari. Todos incentivaram o desmatamento, a migração, a ocupação desordenada. E geraram pobreza e violência (bastam dois indicadores negativos). A maioria desses indicadores sociais da Amazônia estão abaixo da média nacional. Em síntese: Desenvolvimento sustentável é praticamente uma impossibilidade.
DEZESSEIS REVELAÇÕES, CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Os conferencistas e debatedores fizeram revelações, chegaram a conclusões idênticas e sugeriram algumas soluções, diante do verdadeiro dilema que significa a recorrente expressão “Desenvolvimento Sustentável”:
O zoneamento ecológico e econômico e regional é inadiável.
Pra viabilizá-lo é preciso um pacto nacional.
É necessário mais investimento na formação de mão-de-obra acadêmica (doutores, mestres, tecnólogos: Amazônia tem, segundo dados citados pelo conferencista Simão Jatene, um cientista para cada 14.500 habitantes contra um para cada 2.600 habitantes de São Paulo). Logo, é preciso mais recursos para educação, ciência, tecnologia e informacão.
O Estado precisa estar mais presente na região para, inclusive, impedir a internacionalização.
Conclusão mais grave: as ameaças do aquecimento global sobre a Amazônia são inevitáveis e isso induz as teses da internacionalização se o Estado Brasileiro não se mexer.
Os problemas do aquecimento não são fatores de maior integração e cooperação internacional regional porque os demais países da Panamazônia passam mais ou menos ao largo dos problemas descritos, uma vez que são, na maior medida, problemas da Amazônia brasileira.
O conferencista Rubens Ricupero propôs a criação de uma versão amazônica do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), capaz de reunir conhecimento, fazer estudos e emitir relatórios sobre o meio ambiente regional.
Há um dilema de difícil elucidação: “Produzir reservando ou preservar produzindo?”
Não há mais dúvida sobre os efeitos do aquecimento global na região e o o papel que ela representa para o equilíbrio dos fenômenos ambientais anunciados.
As queimadas precisam parar imediatamente. Se o Brasil não fizer esse dever de casa, as ameaças de internacionalização vão crescer.
Quem vai pagar a conta de se poupar a floresta?
Pra viabilizar o zoneamento ecológico e econômico será preciso um pacto nacional.
É necessário mais investimento na formação de mão-de-obra acadêmica (doutores, mestres, tecnólogos: Amazônia tem, segundo dados citados pelo conferencista Simão Jatene, um cientista para cada 14.500 habitantes contra um para cada 2.600 habitantes de São Paulo). Logo, é preciso mais recursos para educação, ciência, tecnologia e informação.
O Estado precisa estar mais presente para, inclusive, impedir a internacionalização.
Os problemas do aquecimento não são fatores de maior integração e cooperação internacional regional porque os demais países da Panamazônia passam mais ou menos ao largo dos problemas descritos, uma vez que são, na maior medida, problemas da Amazônia brasileira.
O conferencista Rubens Ricupero propôs a criação de uma versão amazônica do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), capaz de reunir conhecimento, fazer estudos e emitir relatórios sobre o meio ambiente regional.
Recebí de um colaborador. Grato.