Hoje os jornais voltam a divulgar notícias de execuções de pessoas na Grande Belém. A que mais chamou atenção foi a de uma jovem no Distrito Industrial, assassinada com um tiro na boca.
Os três jornais, O Diário do Pará, O Liberal e o Público, mostram a foto da jovem caída em uma poça de sangue, com muitos curiosos ao redor. No texto, uma única informação, ninguém, nem a mãe, nem parentes, nem vizinhos, quis falar com medo de represália.
Infelizmente a notícia que salta aos olhos, não é o assassinato da jovem, coisa banal na Metrópole da Amazônia, mas a existência da "Lei do Silêncio" imposta por bandidos que substituíram o Estado. Essa Lei não foi votada pelos representantes do Povo em nenhuma das casas legislativas desse País. Contra ela não existe advogado, Ministério Público e nem o Poder Judiciário, apenas o temor em desrespeitá-la.
Ontém, sexta-feira, em uma reunião de políticos com o Arcebispo D. Orani, dois líderes comunitários da Terra Firme, repetiram na frente do Bispo, quase como uma queixa, história de violência naquele Bairro e o império da "Lei do Silêncio". D. Orani ouviu preocupado.
Pronto. Agora não resta mais ninguém a quem se queixar.