Jarbas Passarinho, Saulo Ramos e o Código da Vida

Ganhei de presente do Dr. Daniel Lavareda o livro de Saulo Ramos, Codigo da Vida. Na página 280 o escritor cita Jarbas Passarinho dizendo que o simpático político paraense "costuma enumerar os atos bons praticados pela chamada "revolução". Alguns realmente válidos. Isuficientes, porém, para um processo de canonização... A ditadura militar mereceu os adjetivos de arbitrária, cruel, violadora de direitos, mas niguém a chamou de corrupta." Em seguida Saulo Ramos acusa a didatura de, nos casos da Panair e Mannesmann, ter praticado corrupção.

Comentando com Ronaldo Passarinho, este me deu a conhecer a carta de Jarbas Passarinho e a resposta de Saulo Ramos que publico aqui. Primeiro um resumo sobre fato, por ser bastante longa, da carta de Jarbas Passarinho a Saulo Ramos, em seguida a íntegra da carta de Saulo Ramos.


Jarbas Passarinho a Saulo Ramos:

Na carta enderaçada a Saulo Ramos, Jarbas Passarinho afirma que só defendeu o que tem certeza que pode defender e não o indefensável. "Eu era governador do Pará quando a Panair foi fechada. Não tive nenhuma informação prévia ou posterior, mas Castelo Branco era incorruptível." No caso da Mannesmann, Jarbas diz que "tenho grata recordação quando resolvi sem qualquer violência, a greve dos metalúrgicos de Minas, e da alegria do dirigente alemão que, ao amanhecer do dia seguinte de meu diálogo com os grevistas, bradava pelo telefone: 'Senhorr ministra, o fumaça está no ar!'. Referia-se à retomada do trabalho e a fumaça que saía da chaminé da siderúrgica."


Saulo Ramos a Jarbas Passarinho:

"Meu caro, admirável e sempre Senador Jarbas Passarinho:
Recebi sua longa e linda carta. Li-a com atenção. E agradeço.
Felicito-o pelos 88 anos com inteligência privilegiada e a facilidade em escrever, o que, afirmo, tornou-me leitor cativo de seus artigos de jornal. Nada tem de "marginal da literatura."
Fico honrado com sua leitura de meu livro e, creia, as divergências sobre fatos e como forma vistos em cada época e em suas circunstâncias, não alteram o respeito que lhe devoto e sobretudo na sua honestidade de propósitos de homem moralmente bem formado, que sempre reconheci.
Eunice lembra-se com muita saudade de sua filha Angélica e do Dr. Mesquita nos tempos em que trabalharam na Eletronorte, de onde Paulo Brossard a requistou para servir no Planalto.
Hoje vivemos no interior de São Paulo, no inverno em Ribeirão Preto e, no verão, em Serra Negra.
Preferi responder-lhe através de email, em vez de fazer uso do correiro normal, primeiro porque mais rápido, segundo porque mais limpo. Espero que não se importe. É, também, uma forma de deixar em seus arquivos o meu endereço eletrônico.
Com todo respeito e admiração, meu abraço
Saulo Ramos"
 

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