Parecia cena de filme de ficção. Um barco encalhado em cima de um monte de pedras usadas para entulhar o Rio Guamá, sem sinalização, sem autorização, tudo porque um senhor, nascido em Tracauteua, resolveu aterrar um trecho do Rio para beneficiar uma incorporadora que construirá um resort e ganhará rios de dinheiro.
Imaginem o susto de um barqueiro que há anos viaja de Bujarú, terra do deputado federal Beto Faro, para Belém, conhece tanto o caminho que faz a viagem até de olhos fechados, de repente, numa noite de março, de maré grande, quase dobrando na direção do ver-o-peso, thummm! o barco bate, encalha, a maré secando, aparece embaixo do barco um enorme monturo de pedras que antes não existia, o coitado toma um prejuizão daqueles. Depois disso ninguém e nem um órgão de fiscalização se manifesta e o coitado vai ter que se queixar para o D. Orani, que já tem tanta coisa prá fazer, mas, pacientemente, ouvirá mais essa queixa. Pobre Belém, mesmo assim, eu te quero bem!