Paraná produz mais farinha que o Pará

"Eu exporto do Paraná 90% de farinha que vendo".  Foi assim que começou nossa conversa com o senhor Vanildo, empresário, vendedor e produtor de farinha em Santa Maria do Pará. Ao meu lado, dr. Cleans Bonfim se assustou e perguntou espantado com a informação: "Escuta, mas o Pará não é o maior produtor de farinha do Brasil?"

Vanildo, que acabávamos de conhecer, por intermédio do vereador Vanildo (parece dupla sertaneja: Vanildo e Vanilson) , presidente municipal do PV, na porta do local onde seria a convenção dos partidos da coligação para escolha do candidato a prefeito do município, nos mostrou que ao longo desses anos, o Pará, sem investir em tecnologia, foi perdendo sua capacidade de plantar mandioca e produzir farinha e fécula. Enquanto um fabrica bem organizada no estado produz 50 sacos, uma do Paraná produz 1000 sacos de farinha em 24 horas. 

Os investimentos governamentais em pesquisa e tecnologia para diversificação da nossa base produtiva é o caminho para o desenvolvimento local. Gerar emprego, renda e superar os índices de desenvolvimento humano, meta que é o sonho de todos os paraenses interessados no bem do estado, não vão ser alcançados com monocultura e mineração. Muito menos com guerra política entre facções baratistas. 

Tai um coisa simples de fazer. Apostar na cultura da mandioca. Pesquisar e produzir espécimes de maior ganho. Agregar tecnologia a lavoura tradicional. Construir fábricas modernas e produtivas. Enquanto políticos que nada sabem de produção, acharem que ganham votos distribuindo fornos para fazer farinha pelo método tradicional, o Pará e seu povo não superará os índices de miséria e pobreza. 

Nossa conversa prosseguiu. Dessa vez foi o vereador Vanilson que interveio para dizer que a economia de muitos municípios paraenses sobrevive de programas sociais. "Tem município onde a renda do bolsa família é maior que o Fundo de Participação dos Municípios". "Verdade", assentiu Vanildo.  "A receita dos aposentados tem um peso significativo na receita municipal" disse o ‘previdenciarista’ Dr. Bonfim, meu colega sonhador da direção estadual do PV. Ao nosso lado o jovem Carlos Augusto, secretário de juventude do Partido, escutava e com certeza registrava a conversa para um futuro debate.


Fomos interrompidos pelos fogos que anunciavam a chegada do senador Flexa Ribeiro e seguimos todos para o evento político, mas fiquei a matutar: "Como mudar essa realidade pela via política?"
 

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