As eleições pobres de um estado rico

O segundo turno das eleições aqui no Pará foi de uma pobreza sem igual. Não houve debates de conteúdos programáticos e nem se discutiu os reais interesses da população. Os dois se atacaram e levaram todo o tempo tratando de temas de interesses duvidosos.

Sobre segurança pública, meu Deus, como eram pobres as propostas dos dois finalistas! Enquanto um dizia que iria aumentar o número de policias o outro propunha a ronda de bairro. Nada de direitos humanos, de combate a criminalidade na sua origem, nada, nada vezes nada.

Sobre os nosso recursos naturais: minério, madeira, recursos hídricos, não se ouviu uma só letra, que dirá uma palavra inteira. Sobre mudanças climáticas, a grande preocupação da humanidade, eles simplesmente ignoraram. Não tocaram uma vez, nem umazinha no tema agricultura familiar. E em produção sustentável? Falaram nada. Os temas urbanos, como mobilidade, transporte público de qualidade, habitação, energia limpa, tratamento de esgoto, arborização, ciclovias, passaram léguas da bocas dos dois contendores.

Hoje a população sabe até o que comem Wladimir Costa e Jerfersos Lima, os dois personagem que dominaram a cena das eleições. Conhece a mãe e a esposa do último.  Mas não sabe como deixar de pagar a energia mais cara do Brasil. Não sabe mesmo. Não sabe como virará os quatrocentos anos de história deixando para trás a marca de pior estado em saneamento básico.

Como pode um estado da importância do Pará passar por um processo eleitoral tão pobre em termos de debate. Como pode, meu Deus. Será que tem um propósito nisso tudo?
 

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