Simão Jatene é Augusto Matraga paraense?

O governador Simão Jatene respondeu pelo facebook as críticas feitas a sua viagem a Argélia e as parcerias comercias equivocadas que comprometem o futuro do Pará, feitas por mim e pelo jornal O Diário do Pará. Li e resolvi analisar parágrafo a parágrafo do que escreveu sua excelência. 
Vamos lá!?

Jatene: Cada dia mais me convenço que, maiores que os desafios a serem enfrentados por quem nasceu ou escolheu a Amazônia para viver, são as oportunidades que ela oferece.

Se convencer das oportunidades que a Amazônia oferecer é uma frase que vem sendo repetida sem de fato gerar maiores consequências. Que oportunidades temos aqui? Oportunidades que se apresentam apenas para quem utiliza a Amazônia para extrair matéria prima com ajuda da elite local?

Jatene; Mas, para isso, urge que chegue o tempo em que o caráter estratégico da Região e, particularmente do Pará - inclusive por sua localização privilegiada - seja desejo e bandeira de luta coletiva: da classe política e da iniciativa privada, de trabalhadores e empresários, de estudantes e professores, de todos, ainda que isso pareça incomodar conhecido grupo político que, lamentavelmente, sempre usou o poder pra "ser" e "ter" e não para defender o Estado.

Não existe um só paraense que não deseje e acredite no caráter estratégico do Pará. Jatene se arvora monopolistas do bem, coisa que na prática não faz. Fala em união e governa com a divisão. Não sabe vive com opiniões contrárias. É perseguidor e vingativo.

O Governador governa para poucos, apenas para o seu grupo e brada que isso é feito pelos outros líderes políticos. Nem o grupo original do PSDB, o chamado grupo da Kombi permanece ao seu lado. Jatene mais parece o Napoleão, da “Revolução dos Bichos” de George Orwell, a ameaçar o Pará, bradando a volta do sr. Jones e alertando contra as ameaças dos bichos de duas patas.

Jatene: Com esse objetivo, no final de semana que passou, diferentemente do que tentou fazer crer parte de conhecida família, através dos seus veículos de promoção partidária e pessoal, viajei até a Argélia, para avançar nas negociações com o maior grupo privado local, de nome "Cevital", no sentido do mesmo implantar aqui no Estado uma grande fábrica de beneficiamento de grãos e produção de alimentos, dando continuidade a tratativas iniciadas ano passado.

Jatene: Fui na quinta-feira e voltei no domingo, e, acompanhado dos secretários de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia e de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca, tivemos oportunidade de visitar vários empreendimentos do grupo, que reafirmou sua disposição de, vencida as formalidades legais, iniciar a construção da fábrica. Os secretários, inclusive, continuaram tratando do assunto e retornam neste início de semana.

O grupo Cevital, como disse O Liberal, implantará aqui apenas um porto para fazer passar os grãos do Mato Grosso, transformando o Pará em apenas uma pssagem privilegiada para os mercados. Os portos de Santarém e Miritituba criaram mais bolsões de pobreza e miséria e Jatene sabe disso, mas longe de falar a verdade, tenta nos iludir com uma fábrica que nunca será implantada, como não foram as 30 mil casas que ele negociou com a Vale, como nunca passou de especulação a ALPA, agora sendo concretizada em Pecém, no Ceará, com apoio do Exbank da Coreia do Sul.

Jatene: O encontro, entretanto, foi marcado por um novo fato especial, que foi a manifestação do presidente do grupo em participar da construção de uma ferrovia que ligue o sul do Pará ao porto de Barcarena. A FEPASA, como vem sendo chamada nos estudos em andamento, que já mostram a sua clara economicidade. Este projeto, aliás, parecia apenas um sonho distante, quando junto com o deputado Marcio Miranda, Presidente da Assembléia, recebi uma comitiva de parlamentares de Mato Grosso.

A ferrovia não existe nem em projeto, é apenas um estudo de viabilidade econômica e a CEVITAL ou outro grupo econômico só irá participar se ela sair do papel. Agora pergunto: como acreditar na capacidade de realização de um governo que está levando três mandatos, 12 anos, para construir um pequeno hospital oncológico infantil?

Jatene; Hoje, o projeto já recebeu manifestação formal de interesse por parte de empresas nacionais e estrangeiras e agora recebe a adesão do grupo Cevital, fortalecendo ainda mais sua viabilidade.
Quem são as empresas nacionais e estrangeiras? Quem? Por favor, precisamos saber os nomes para acreditar e voltar a sonhar.

Amigas e amigos,
Aproveito para registrar e agradecer o apoio do Embaixador do Brasil na Argélia, Eduardo Botelho, que não apenas nos acompanhou na programação, como se mostrou um entusiasta de que se estreite os negócios entre os nossos países.


É o papel de qualquer embaixador fazer isso.

Jatene: Finalmente, sem pretender criar ilusões ou falsas expectativas, reafirmo minha determinação de continuar buscando caminhos para um Pará grande, justo, de gente séria e feliz. Foi isso que nos fez entrar com duas ações no STF, sobre a Lei Kandir. Foi isso que nos motivou criar a Taxa Mineral e a Taxa de Fiscalização dos Recursos Hídricos. É isso que nos motiva.

Neste parágrafo, a verdade. A resposta inteira, incluindo o parágrafo acima, foi construído justamente para iludir e criar falsas ilusões. As ações contra a Lei Kandir não surtirão qualquer efeito. As taxas Mineral foi utilizada em asfalto. A taxa hídrica subverteu a lógica da política nacional e estadual de recurso hídricos.

Jatene: Que Deus me dê sabedoria e força pra que, a semelhança da letra da música do compositor Geraldo Vandré, na trilha sonora do filme "A hora e a vez de Augusto Matraga", inspirado no conto do genial Guimarães Rosa, possa sempre dizer: "muita luta já perdi, muita esperança gastei, até medo já senti e não foi pouquinho não, mas fugir, nunca fugi, nunca abandonei meu chão".


O final é sensacional. O redator escolheu bem, não pela música de Geraldo Vandré, mas pelo personagem Augusto Matraga, que nos por é apresentado por Guimarães Rosa, assim:


“Trata-se da estória de um valentão, Augusto Esteves Matraga, prepotente, opressor, desrespeitador de mulheres e violento ao extremo. Ele nos é apresentado pelo narrador: “alteado, peito largo, vestido de luto, pisando pé dos outros [...]”; “duro, doido, sem detença”; e ainda: “estúrdio, estouvado e sem regra”. Vamos registrar: “sem detença”; “sem regra” – o que se pode traduzir como: sem lei.”
 

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