Jatene: Aguardaremos gestos para além das folhas de papéis

O discurso do Governador Jatene na tribuna da Assembléia Legislativa pregando união interna das forças politica para reverter o pacto federativo deve ser analisado friamente, sem as paixões da campanha eleitoral. O PSDB, desde o primeiro mandato de Almir Gabriel, fala em união das forças políticas e da reversão do pacto federativo, mas será que o nossos problemas dependem dessas duas questões? Será que esse discursos tem correspondência com a prática? 

Creio que a não união dos políticos paraenses esbarra na forma como o PSDB entende união. União é aceitar que temos pensamentos divergentes, e respeitá-los é a medida da união. Mas o PSDB não consegue conviver com as criticas e diferenças de pensamentos, sempre busca a cooptação e a demonização de quem pensa diferente, assim nunca teremos pontes que nos aproximem. 

Nem falo pelos partidos, como o PV, que na campanha para Governador tratou dos problemas e apresentou soluções para a grave exclusão social e ambiental que excluem um terço dos paraenses do acesso a cidadania, falo da OAB Pará, uma das mais representativas entidades da sociedade paraense. Jatene faz questão de tratar a entidade dos advogados como adversária política e não ouve as críticas justas feitas com conteúdo e responsabilidade que a Instituição apresenta.


Jatene prega o dialoga tardio, recentemente mandou para Assembléia Legislativa e aprovou no apagar da legislatura as reformas que bem quis, instituiu taxa, mudou as regras do COEMA e FEMA, extinguiu cargos, criou secretarias, mudou nome de órgãos públicos, fez um governo a sua imagem e semelhança sem conversar com nenhuma força politica de oposição, depois que tudo foi feito, quando não há mais o que conversar, vai a Assembléia Legislativa e diz que devemos nos unir.
Quem comanda o Pará é Jatene e cabe a ele os gestos em favor do dialogo. 


Quanto ao pacto federativo, alguém tem que dizer para o Governador, mas acredito que ele saiba, que para mudar as regras federativas é necessários que São Paulo, governada pelo PSDB, esteja insatisfeita e Geraldo Alkmim vai muito bem obrigado, ou seja, nos próximos quatro anos não teremos alterações significativas nessas regras e o Pará não depende disso para resolver a distribuição de riqueza interna e nem a prestação de serviço público de qualidade. 


O PV não tem representante na Assembléia Legislativa por uma fatalidade e uma manobra política, mas lançou candidato ao governo, obteve uma votação que empurrou a eleição para o segundo turno e mesmo com as observações feitas aqui, está disposto a sentar, conversar e colaborar, se essa for de fato a intensão sincera do Governador. Aguardaremos gestos para além das folhas de papéis lidas da tribuna do Poder Legislativo.
 

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