Entre os efeitos dos grandes projetos da Vale estão os visíveis e repugnantes impactos nas áreas urbanas de Parauapebas e Canaã dos Carajás. O aumento de população aquece o mercado imobiliário qye pressiona por novas moradias; somado aos programas de financiamento de compra de imóveis, cria o ambiente ideal para que as antigas fazendas, áreas verdes, de proteção ambiental e áreas rurais circunvizinhas são engolidas por loteamentos ou parcelamentos urbanos, em desrespeito as leis ambientais.
Sem respeitar as áreas de preservação permanentes e as reservas legais, as antigas florestas são totalmente suprimidas. O Código Florestal pede respeito as encostas de morros, as matas ciliares, no lugar de atender a lei, os empreendedores estão desbastando os morros e utilizando o material para aterrar as nascentes e os igarapés.
Em Canaã dos Carajás os projetos foram licenciados irregularmente e a atual administração municipal trabalha para reverter os prejuízos ambientais. Em Paraupebas, os licenciamentos foram de responsabilidades do estado.
A velocidade com que os empreendedores agem é em muito superior a capacidade de reação dos órgãos públicos, através de seus organismos de controle. Em poucos dias um morro some e um igarapé á aterrado para dar lugar a muitos lotes, vendidos a preços exorbitantes.
A única solução é a cooperação entre os órgãos de defesa do meio ambiente. As secretarias municipais e estadual devem criar parâmetros para a liberação deste loteamentos. O Ministério Público do Estado, a OAB e a Sociedade Civil podem exigir na justiça a reparação dos danos ambientais.
As alterações são tamanhas que assustam quem chega a região. Os loteamentos começam em Eldorado dos Carajás, Curionópolis, Parauapebas, Canaã e seguem até Tucumã. Onde tem Vale e projeto de mineração, o meio ambiente corre grande perigo.
Muitos são os responsáveis por esses crimes ambientais que estão ocorrendo em Paraupebas e Canaã dos Carajás, mas dois são os maiores culpados. Um é a Vale que deseja retirar a qualquer custo todo o minério que for possível, sem se importar com os impactos. O outro é o IBAMA, que irresponsavelmente liberou o projeto Serra Sul sem exigir as compensações socio-econômicas.