No afã de entender as razões da miséria que acomete os paraenses e me preparar para apresentar um programa de governo verde, tenho buscado explicações e propostas por todos os cantos.
A princípio, defendi ardorosamente a verticalização mineral, mas fui convencido por especialistas que é mais inteligente usar os recursos gerados pela mineração para alavancar a economia local.
Estimular a produção comercial dos produtos daqui, apostar forte na agricultura familiar, nas "drogas do sertão" e no lugar de expandir os pastos, incentivar a criação sustentável e comercial de animas próprios da Amazônia.
Filhotes, pirarucus, tambaquis, tucunarés, jacarés, pacas, capivaras, tartarugas, tracajás e muçuãs, são proteinas animais saborosas e de alto poder nutritivo, que bem manejados, poderiam transformar-se em grande fontes de rendas para criadores e também para culinária local, sem afetar a natureza.
O dr. Elindo Braga é um pioneiro na criação de quelônios como: tartarugas, tracajás e muçuãs. Procurei e conversei com o dr. Erlindo. Mas sai da conversa arrasado.
O IBAMA, que tem o centro de quelônios em Goiás, com técnicos que pouco entendem do que falam, todo os dias cria e muda regras que impedem a sobrevivência de qualquer tipo de iniciativa sustentável. Aqui no Pará, temos apenas dois critórios, que sobrevivem graças a tenacidade dos seus donos.
O criatório do Dr. Braga em Benfica, com vinte mil animais, dez mil deles prontos para o abaté, não consegue preencher os requisitos para receber autorização e comercializar e, por isso, amarga muitos prejuízos, tudo por conta da boçal burocracia.
O Governo do Estado queda inerte, sem um programa concreto de incentivo a esse tipo de economia local.
Um boa saída seria usar parte do dinheiro arrecadado com a Taxa Mineral para um programa de pesquisa e incentivo a criação e comercialização desses animais. Seria bem melhor que o green wash "municípios verdes de Paragominas", cuja a lógica parece ser "desmate primeiro que lhe apoiamos depois".