O TRE Pará entendeu que o deputado Cláudio Puty feriu a legislação e usou a máquina pública na captação ilícita de votos. As provas foram obtidas numa busca e apreensão feita na Secretaria Estadual de Meio Ambiente e baseiam-se em conversas telefônicas entre Puty e o secretário Anibal Picanço.
Puty era chefe da Casa Civil. Eu também já fui chefe de Casa Civil. Dai fiquei pensando quantas vezes eu telefonei para os secretários falando sobre processos de interesse do Estado. Será que debateram no TRE sobre o papel do chefe da Casa Civil?
O Chefe da Casa Civil é o executor das ordens do Governador. Não há espaço no cargo para o exercício das próprias ordens. Se o Chefe da Casa Civil quiser usar o cargo em benefício próprio, simplesmente ele será substituído. A natureza do cargo não permite manobras de interesse próprio. Em resumo, é um cargo poderoso apenas para cumprir as ordens do Chefe do Executivo e nada mais.
Puty deve ter telefonado para todos os secretários e deve ter passado muitas ordens de interesses do Estado. A Polícia Federal pegou apenas as ligações referentes a Sema por ser este o alvo das investigações.
Transformar licença ambiental em captação ilegal de voto parece uma grande viagem. Licenciar ambientalmente um assentamento, não garante que os assentados se comovam e votem no candidato. Parece uma grande viagem desta investigação.
O Deputado e seu advogado protestam pela inocência e vão recorrer ao TSE, inclusive pedindo uma medida cautelar para que o parlamentar recorra no cargo. Acredito que esta decisão tem tudo para ser reformada.
Para encerrar, deixo aqui a pergunta que não quer calar: a quem interessa a cassação do deputado federal Puty?