O Pará, como Belém, nos últimos tempos tem sempre duas saídas políticas para os seus problemas e que acabam se misturando e parecendo uma só, para a nossa ligação com o Brasil e com o mundo.
Quando Caldeira Castelo Branco saiu daqui preso, nosso destino político ficou nas mãos de Bento Maciel Parente e Pedro Teixeira, este dois mataram a nossa terceira via, o representante do povo nativo, o cacique Guaimiaba, chefe dos tupinambás.
Quando Caldeira Castelo Branco saiu daqui preso, nosso destino político ficou nas mãos de Bento Maciel Parente e Pedro Teixeira, este dois mataram a nossa terceira via, o representante do povo nativo, o cacique Guaimiaba, chefe dos tupinambás.
Depois da derrota dos tupinambás, levou anos, mas os paraenses das cabanas voltaram e lutaram por uma terceira via. Eduardo Angelim e seus guerreiros foram mortos. Voltamos a ficar com apenas dois projetos.
Antonio Lemos e Lauro Sodré brigaram feio para ver quem administrava o nosso desenvolvimento. Antonio Lemos perdeu. Os lauristas mandaram por muito tempo, seja través do próprio Senador ou do seu indicado, o general Magalhães Barata. As duas forças brigaram anos a fio, apresentando-nos sempre duas ruas para caminharmos rumo ao futuro que nunca chegou.
Até na ditadura militar, regime de excessão, ficamos nas mãos de apenas dois coronéis. Jarbas e Alacid reinaram e a terceira rua não podia aparecer como alternativa para o nosso desenvolvimento e bem estar.
Hoje, em pleno século XXI, o Pará tem enormes desafios pela frente. Isto é bom, desde que tenhamos opções para escolhermos a melhor saída em direção ao futuro. O maior dos nossos desafios parece ser fazer chegar os benefícios do progresso e da exploração dos abundantes recursos naturais à casa dos mais pobres. Desenvolver o Pará cuidando do meio ambiente e das pessoas parece ser um alternativa importante para se levar em consideração.
O nosso modelo de crescimento implementado paraense até hoje, baseado nas duas únicas opções políticas, todas de crescimento sem sustentabilidade e de exploração pelo extrativismo dos recursos, enriqueceram poucos e não apresentou resultado satisfatórios para a maioria excluída.
Duas ruas, duas vias, velhas estradas tantas vezes trilhadas, que acabam sempre no mesmo caminho, o caminho da exclusão da maioria.
Sei que temos no Pará outras propostas e outras alternativas. Elas precisam ser apresentadas. Torço para que os tupinambás, os cabanos e tantos outros não se intimidem e apresentem suas opções. Vamos debater e encontrar caminhos novos para os nossos velhos problemas.