O presidencialismo brasileiro, independente do resultado das urnas, chegará ao fundo do poço depois das eleições de 2014. A crise de legitimidade aumentará sensivelmente, veja na 11.ª edição da revista Pensar Verde que traz o assunto em destaque na chamada de capa e em dois artigos, um assinado por José Sarney e outro por Ives Gandra Martins, sobre parlamentarismo.
Para efeito de raciocínio divida o eleitoral naqueles que votam por estarem ligados ao partidos ou aos políticos, os que votam porque receberam ou receberam algum benefício os que votam por boa-fé em membros de igrejas ou apontados pelo líder religioso. Sobram os eleitores que repudiarão as urnas por não acreditar no sistema político, os que não se convenceram das opções apresentadas e aqueles que votam consciente em candidatos ideológicos.
Os do primeiro bloco irá a urna e votará nas piores opções políticas. Os do segundo bloco se absterão de votar, anularam o voto ou votaram em quem não alcançará voto suficiente para ser eleito. O resultado é que termos a pior representação política dos últimos tempos. Duvida?
A nova composição do Congresso Nacional virá o maior e mais organizado bloco de chantagens sobre o presidente da república, acredite. Será o toma lá, dá cá de verdade. O mesmo acontecerá com as assembléias legislativas.
Se hoje temos 39 ministério, esperem para ver esse número aumentar. Se hoje os deputados querem abocanhar parte do orçamento para alimentar seus esquemas, espere que roeram como traça o dinheiro público. O presidente terá então duas opções: ou cede, ou será chantageado com CPIs, outras comissões parlamentares ou votação de propostas corporativas de interesses de lobbies.
A sociedade pode surpreende nas eleições e desmentir minhas previsões, pode, mas duvido que faça, o descredito na classe política atingiu níveis muito altos. Talvez a crise seja necessária para vermos que o modelo presidencialista híbrido da nossa Carta Constitucional esteja errado. Os parlamentares participam da execução e no entanto não respondem pelos erros. Porém, se minha previsão estive certa, o passo seguinte para os democratas será pedir através de uma emenda constitucional um novo plebiscito para o parlamentarismo.