A reeleição para os cargos do poder executivo com o governante no cargo atenta contra o princípio democrático da oportunidade e igualdade de disputa. O governante, seja ele o prefeito, o governador ou o presidente da republica, disputando a eleição no comando da máquina pública fica com a possibilidade do uso do poder e dos recursos públicos em favor da sua própria eleição.
A presidente Dilma usou a rede nacional a disposição do presidente da república para anunciar dois benefícios governamentais. Uma para classe média e outro para os menos favorecidos. Para classe média anunciou um reajuste na tabela do imposto de renda. Para os menos favorecidos majorou em 10% o valor do bolsa família.
Os governadores, candidatos a reeleição, manipulam apoio político de prefeitos, deputados e lideranças da sociedade em troca de benefícios governamentais. Além do que, usam a propaganda governamental para promoção social.
Enquanto o governante abuso do cargo, os demais candidatos, as suas expensas, uma vez que nem arrecadar recursos podem, seguem articulando internamente a própria candidatura. Externamente nem pensar em campanha, pois ainda não são oficialmente candidatos, preparam-se para ser candidato. Não podem fazer propaganda, não podem fazer atividades de campanha, não podem nada. Devem esperar os prazos da lei.
Na reforma política, esse é um debate que precisa ser feito com profundidade. Uma saída é o mandato único com o prazo um pouco maior.
Jatene se dizia contra a reeleição por princípio. agora diz que foi obrigado a mudar de posição porque no seu grupo político não tem lideranças com capacidade de assumir o governo do Pará. Tudo bem. Mas ele deveria se manter afastado do uso da máquina, pelo menos em propaganda.