O capitalismo do século XIX e parte do século XX tirava tudo da mais valia. A força de trabalho era exaurida até o seu limite máximo e daí extraía o lucro para alimentar a concentração de riqueza e o poder.
No final do século XX, depois de um intenso processo de lutas, os trabalhadores conquistaram leis e impuseram limites, mas sem atingir o âmago do sistema, perderam a batalha pela socialização dos meios de produção.
O capitalismo absolveu as novas regras impostas pelas lutas trabalhistas, partiu para pesquisas e conquistou avanços tecnológicos que reduziram o emprego de mão de obra com aumento do nível de produtividade. Na outra ponta do sistema, atuando sobre os custos da matéria prima, o capitalismo, com seus avanços tecnológicos, alcançou um nível nunca visto de exploração dos recursos naturais.
A tecnologia empregada na fabricação de produtos, na extração e tratamento de matéria prima criou um excedente de produtos, forçando queda de preços. Esse fenômeno foi combatido com tecnologia empregada ao sistema de consumo. Atuando no controle da oferta e do consumo. O sistema, por fim, controlou compra e venda.
E o socialismo, morreu? Morreram os líderes. Os teóricos ligados a utopia de um novo mundo, que desejavam construir um sistema justo, baseado na socialização dos meios de produção, continuaram empregando os mesmo meios e as mesmas teorias. Pararam de teorizar sobre a realidade. Os líderes políticos foram envelhecendo, como envelhecido está suas teorias.
A pobreza e a degradação ambiental continuaram crescendo e hoje ameaçam seriamente a estabilidade do planeta. Os pobres e ambientalistas não se unem. Os pobres continuam sem organização e consciência, apenas reagem como podem. Os ambientalistas tem consciência e organização, mas não enxergam os pobres como aliados, ao contrário, percebem que pobreza e meio ambiente não andam juntas.
Os ambientalistas acertam quando passam a empunhar uma bandeira nova baseada num conjunto de providências econômicas, sociais e ambientais, resumida no conceito de desenvolvimento sustentável. Unir as pessoas do mundo, sem fronteiras de países, na construção desse sistema, acertará o coração do capitalismo. Chamaremos de socialismo? Não. Chamaremos ecologismo.