A noticia seria mais uma se não fosse em Tucuruí. Ali, desde a década de 70, durante o governo militar, a União resolveu implantar a maior hidrelétrica em solo brasileiro, para isso, barrou o rio Tocantins, encerrou a navegação, mudou a paisagem, importou muitas pessoas atraídas pelo enorme canteiro de obras. Para quem era contra, os construtores diziam: "não se pode ser contra o progresso" ou "estamos trazendo energia para as pessoas e com ela o desenvolvimento".
Na época, mesmo diante do regime de excessão, houve muita resistência, embora muitas pessoas deixaram de se opor a obra por acreditarem nas promessas do Governo e aceitarem sofrer as conseqüências, em troca de energia elétrica e do progresso.
Hoje, trinta anos depois, nada daquilo que foi prometido, se concretizou. Veja que o povo continua paciente, aguardando que o Governo faça a sua parte e cumpra o que prometeu.
O mesmo que hoje está acontecendo em Tucuruí ocorrerá com os moradores dos municípios da margem esquerda do Rio Amazonas que tiveram adicionado ao cenário amazônico os linhões e as torres levando energia por suas cabeças, sem deixá-los iluminados.
E Belo Monte? Será que Altamira, Vitória e os onze municípios do entorne terão distintos diferente dos moradores de Tucuruí. Quem pode responder essas perguntas?