A manchete estava assim: Jatene entrega o novo "Ophir Loyola". Mas deveria ter sido escrita honestamente assim: Jatene entrega o "novo" Ophir Loyola. Entendeu a diferença? O que se destaca aqui é o "novo"; embora, com todo respeito ao Ophir Loyola pelo muito que fez, sempre merecerá os destaques.
O "novo", assim com aspas, é para dizer que a palavra está sendo usada com outra conotação. É um novo na maneira de dizer, mas novo não é.
Por que o hospital foi chamado de novo se ele já existe há tanto tempo?
A administração atual pintou, reformou, trocou lâmpadas, ar condicionados, disse que gastou mais de dois milhões nas reformas para melhorar um ala do velho "Ophir Loyola". Claro que os gastos será fiscalizado, por certo. Porém, nem um novo leito foi criado, mas resolveram chamar de novo o Hospital Ophir Loyola. Depois da reforma, parece novo, mas, convenhamos, não é novo. Foi um exagero chama-lo assim.
O governador Jatene, como um técnico que assim se apresenta, sabe que em contabilidade pública o novo é aquilo que se cria onde antes nada existia. A diferença é tanta que até a classificação orçamentária difere. Se é algo novo, inédito, inexistente antes da ação pública, classifica-se como investimento. Se já existia e apenas foi acrescido melhoria, classifica-se como inversão.
O governo aplicou no Ophir Loyola recursos orçamentários das inversões financeiras e não dos investimentos. Em assim sendo, não temos "novo". O novo aqui na machete foi apenas um tom publicitário ao evento corriqueiro da Administração pública.
Acho até que Jatene nem concorda com esse excesso. Chamar de novo algo que já existia, não condiz com o currículo acadêmico do professor de economia. Jatene político e o Jatene professor são indivisíveis. Habitam o mesmo corpo e pensam utilizando-se dos mesmos neurotransmissores. Por tanto, não pode o técnico abandonar o rigor científico em nome do pragmatismo político.
O popular sempre diz que "macaco apertado come sabão". Seria a ausência de obras novas e de recursos para cumprir sua agenda de investimentos que faz o Governo passar por cima de detalhes acadêmicos e partir para "ignorância" ?
A manchete acontece justamente quando o novo teimou em sair as ruas e mostrar sua força. A propaganda da reforma do Ophir Loyola perdeu o 'time' e não viu que usar o novo para denominar o velho é tudo que o novo que protesta não quer. A sociedade reclama pedindo que os políticos adotem novas práticas, novas formas de representá-la, com transparência e honestidade acima de tudo.
Se Jatene tivesse dito que fez uma reforma necessária para melhor atender a população, mostrasse o que foi feito, como foi feito e como foi gasto o recurso público, seria bem melhor e com certeza aplaudido por mim e pelo povo.
Honestidade sem truques, exercício da representação política com transparência, responsabilidade social e dialogo criativo. É tudo o que pede povo das redes sociais.