Na reforma política
defendo o plebiscito para consultar a população sobre a adoção do parlamentarismo. Enquanto não se constrói as condições políticas para que essa propostas obtenha apoio necessário, sou a favor do sistema distrital misto, com a lista pré-ordenada.
É um sistema que permite a
combinação de lideranças individuais com partidos
fortes. Permite o representante local seja eleito e também aquele que defende ideologias ou causas. Mas
admito que esse sistema enfrentará
muitas dificuldades para ser aprovado na reforma política que vai a voto na próxima semana na Câmara dos Deputados.
De segunda até quinta-feira, de 25 a 29.05, a Câmara dos Deputados foi convocada com pauta única para votar a reforma política.
Distritão é o sistema eleitoral que pode
ser aprovado. O sistema consiste em tantas eleições
majoritárias quantas forem
as cadeiras parlamentares em disputa. Fala-se em voto único intransferível
no lugar de voto majoritário
propriamente dito. Tirando essa questão
de nomenclatura, o distritão
é bem mais simples de
explicar e de ser entendido por todos eleitores. Por esse sistema, se elegerão os candidatos que receberem o
maior número de votos até o número de cadeiras em disputa. Ponto.
Pela forma como o presidente da Câmara
dos Deputados decidiu encaminhar a votação,
as chances do "distritão"
ser aprovado é bastante
razoável. Eduardo Cunha irá botar um a um dos sistemas
propostos em votação, começando pelo distrital, lista,
distrital misto e por último
o "distritão".
Após ter
derrotado todos os outros sistemas, pois nenhum deles tem chances de obter 308
votos, restará duas opções finais, o distritão ou o modelo atual. Sendo bem
provável que a imensa
maioria dos deputados optem pelo distritão
por ser muito mais simples que o sistema atual, que requer formação de chapas, coligações e o cálculo do quoeficiente eleitoral.
Da atual composição
da Câmara dos Deputados, um
número bem pequeno de
parlamentares, eleitos pelo voto proporcional, com aplicação do quoeficiente eleitoral, não teriam sucesso com o distritão. A maioria dos deputados já fez suas contas e acredita que
o distritão lhes favorece,
com a vantagem de deixá-los
livres das amarras partidárias,
podendo escolher livremente a legenda pela qual deseja disputar as eleições.
Os partidos e políticos
que são contra o distritão vão trabalhar para sua não aprovação,
tentando impedir que a proposta não
alcance o quorum exigido por lei, que é
de 308 votos. Se conseguirem derrotá-lo,
ainda terão muitas batalhas
pela frente nas votações
que se sucederão. Impedir o
fim das coligações e vetar
a doação de campanha por
parte de empresas.
Muitas alianças
serão feitas antes do plenário votar. O óbice está em que os partidos ou líderes políticos
estão com pouca força de convencer seus liderados,
pois o que estará em jogo
será a continuidade de cada
mandato. O deputado votará pensando
em seu futuro político, que
é um interesse só seu, intransferível e indelegável.