Belém pode ficar sem água
A irresponsabilidade governamental compromete o abastecimento de água de mais de dois milhões de pessoas na Região Metropolitana de Belém. A Comissão de Meio Ambiente da OAB foi acionada e começa a estudar o caso.
Assistindo o desespero dos paulistas por causa do nível baixo, crítico, dos seus reservatórios de água, lembrei-me de olhar aqui para os nossos e tomei um susto com o tamanho da irresponsabilidade dos nossos governantes.
Vocês estão vendo esses dois lagos que aparecem ai na foto? Pois é. Um é o reservatório Bolonha e o outro é o lago Água Preta. É deles que vem toda a água que abastece a nossa cidade.
Em 1993, após um importante estudo que apontava para o risco que estavam submetido as nascentes e os mananciais de água de Belém, o governo expediu dois decretos de proteção. No primeiro, o de nº 1551/93, criou a APA Belém com a finalidade de ser a área de proteção das nascentes dos mananciais. O Outro, o de nº 1552/93, criando o Parque Ambiental do Utinga - PEUt.
Depois da criação das duas unidades de conservação, os governos deveriam tomar providências para proteger toda a área conforme os estudos apontavam: desapropriar as poucas casas que estava dentro da APA e do Parque; cercar a área do parque; fazer o zoneamento ecólogico-ecnômico; incentivar as pesquisas científicas; implantar programas de educação ambiental; financiar projetos de ecoturismo com as prefeituras de Belém e Ananindeua; e não permitir novas construções, terraplanagem ou projetos de urbanização.
Nada disso foi feito. As invasões aproximaram-se perigosamente das nascentes. O governo, irresponsavelmente adotou a política do fato consumado e colabora criminosamente para o caos que será o desabastecimento de água da cidade. Os diversos crimes ambientais estão em curso e muito mais ainda virão, infelizmente.