As florestas e a briga de O Liberal e o Diário do Pará



Belém ainda tem florestas nativas, mas as poucos que ainda existem estão cedendo lugar à construção  de novos prédios para moradia, principalmente. Aos poucos, nossa cidade vai ficando sem cobertura florestal e sem arborização. Isto é bom ou, em breve, afetará a qualidade de vida das pessoas? 

Nesta disputa entre o espaço para viver, implantar indústrias, serviços e moradia; com a preservação da natureza; quem tem levado a pior são as florestas nativas e as árvores urbanas. Com elas em baixo, os animais, as nascentes de igarapés, outras vidas, desaparecerem, inexoravelmente. Em que isto tudo influencia no nosso dia a dia?  

A preservação das florestas nativas belemenses estão emprestando argumento ao debate que recentemente vem sendo travado pelo Jornal O Liberal com os condomínios verticais da construtora Freire Melo, o novo shopping e o Diário do Pará. Uma boa briga, que pode gerar boas políticas públicas.

As duas empresas parece que estão corretas e cumpriram todos os requisitos ambientais para aprovação de suas licenças, restando agora à averiguação quanto à compra do terreno de propriedade da União. 

Tudo o mais, ficou a evidencia que as nossas florestas estão sendo substituídas perigosamente (basta olhar a imagem atual do Google Earth) a cada dia e com o permissivo da lei e das decisões públicas. Que lições e providências devemos tirar deste oportuno debate sobre nossas reservas florestais urbanas? 

Devemos verificar as florestas nativas classificadas com importantes pelo Plano Diretor Urbano, depois regulamentar as sua proteção e transformação em área de proteção permanente. Devemos levantar quais os nossos igarapés ainda podem ser salvos e cuidar da sua regeneração. Devemos catalogar e  proteger todos as nascentes existentes com território de Belém. Devemos rever as leis e as regras de licença para construir, antes que seja tarde demais. Devemos mudar a tramitação das licenças para construir, elas devem começar primeiro pela Semma e depois pela Seurb. Devemos criar um órgão municipal, enxuto, sem gorduras e focado em preparar a Belém capital ecológica da Amazônia.

Os vereadores novos, de primeiro mandato, como Meg Barros, Igor Normando e Thiago Araújo. As instituições de pesquisas. As organizações da sociedade, como a REVOLEA, NO OLHAR e Fórum Sustentável das Ilhas de Belém. Deixo a ideia de criação de um fórum municipal em defesa das nossas florestas urbanas, nascentes, corpos d’água e arborização da cidade, o que acham? 
 

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