A Imperatriz levou o Teatro Amazonas no lugar do Da Paz e cobrou uma "nota".

Teatro da Paz

Quem ficou acordado até pela madrugada da segunda-feira de carnaval, surpreendeu-se com a imagem do Teatro da Paz apresentada pela Imperatriz Leopoldinense. Era o Teatro Amazonas com sua imponente cúpula. Mas não foi só esta a infidelidade ao Pará. A comissão de frente trazia os curandeiros da mata. Os promesseiros do círio estavam de chapéus. A Porta Bandeira portava um Gavião Real como ave símbolo do nosso Estado, podia ter levado um tucano. Beto Barbosa, o paraense que virou cearense e diz pelo twitter que não gosta do nosso Estado, também estava lá. As aparelhagens foram transformadas em um telão de LED fabricado na Zona Franca. 

Quanto custou este desastre de patrocínio? Alguns dizem que foi seis milhões. Eu não arrisco valores sem ter as informações completas. Nós, os cidadãos, temos o direito de saber quanto pagamos para que a Imperatriz Leopoldinense desfilasse com as cores do Pará e cometesse tantos equívocos.

O Governo do Estado fez, como dizem, um investimento na imagem do Pará, mas quem pagou a conta fomos nós os cidadãos. E ser transparente não é nem um favor que nos fazem, é uma obrigação legal e moral. E quero saber em que site estão as informações completas sobre estes pagamentos?

O povo tem o direito de saber tudo sobre os investimentos que são feitos em seu nome. O Governo deve esclarecer de que rubrica orçamentária saiu os recursos. Se foram usadas verbas de investimentos ou de custeio. Que secretaria ou órgão foi responsável pela decisão de investir numa Escola de Samba e, efetivamente, pagou a conta.

A verba de patrocínio pode ter saído da Secretária de Comunicação ou da Secretaria de Cultura. Da Fundação Tancredo Neves é que não foi, pois a coitadinha, prima pobre da cultura, tem um parco orçamento de investimentos para todo o ano de 2013. Na rubrica difusão cultural estão previstos apenas R$ 851.000,00, isto para o ano todo e classificados com outras despesas correntes.

Quem assinou o contrato de patrocínio deverá ser responsabilizado pela fiscalização da execução do contrato, e é deste gestor devemos cobrar a falha por ter deixado que a contratada, no caso a Escola de Samba, cometesse tamanhos equívocos, como foi o caso gritante da imagem do nosso Teatro da Paz ser confundida com a do Teatro Amazonas.

Os amazonenses é que devem estar rindo de nós. Levaram a copa e agora o Pará paga um nota para divulgar as coisas de lá, inclusive o telão de LED. 

A Escola falhou, o governo falhou, o único que novamente não falhou foi o povo. O povo paraense mais uma vez acreditou, prestigiou, sofreu, torceu pelo seu Estado.

Se a Imperatriz Leopoldinense e o Governo do Estado quisessem divulgar o Estado, bastaria apostar no seu povo, mostrar nossa população, a sua fé e o amor que nossa gente tem por esta Terra. fazemos isto todos os anos e de graça. Nos diversos círios. No Re x Pa.

O nosso sangue índio, caboclo, cabano resiste com bravura a tudo. As estrangeiros colonizadores, a elite atrasada, a divisão do nosso território, a destruição das nossas matas, os brutais assassinatos no campo, as execuções diárias de jovens nas cidades, a ausência de serviços públicos básicos, a todos os governos incompetentes que enganam a nossa boa fé durante as campanhas eleitorais e depois, quando nos governam, jogam milhões pelo ralo sem sequer prestar contas. 

Um dia a força deste povo vai se manifestar e dar um basta nestes abusos.

 

 

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