A convite de Robson do Carmo, professor de história, fui a Escola de Ensino Fundamental Donatila Lopes, no bairro da Pedreira, falar sobre mobilidade urbana e transportes alternativos. A recepção calorosa dos alunos, professores e diretores e o interesse pelo tema me surpreenderam.
Abordei o caos no trânsito provocado pelo excesso de automóveis e pela falta de planejamento. Critiquei o atual sistema de transporte público de Belém, no meu sentir, caro, desconfortável e obsoleto, baseado mais no interesse dos empresários que na necessidade da população. Elogiei o BRT como o melhor sistema de transporte público da atualidade, mas fiz reparos ao BRT Belém, principalmente a sua falta de integração a outros modais.
Fechei a conversa falando sobre as bicicletas. Nesta hora, perguntei aos alunos quem sabia andar de bicicletas e comprovei que noventa por cento da classe, incluindo o professor Robson, sabiam pedalar. Dai foi muito mais fácil abordar o tema. Tentei incutir nos jovens as vantagens de termos um sistema cicloviário interligado ao BRT, incluindo a construção de bicicletários nos locais públicos, como praças, escolas, cinemas, supermercados, shopping… Belém é plana e tem no máximo doze quilômetros de raio. Andar de bicicleta em Belém ainda é sinônimo de pobreza, mas aos poucos está ganhando o status de inteligência. As autoridades de trânsito precisam dar garantia de segurança e conforto aos ciclistas, principalmente fazendo cumprir a legislação, tanto na educação de ciclistas e motoristas, quanto no respeito as regras, que preconizam a preferência da bicicleta sobre os demais veículos.
O professor Robson do Carmo estimulou-me a fazer a mesma palestras em mais escolas públicas, abordando o tema com os jovens para ajudá-los na percepção do problemas mobilidade urbana e suas soluções. Estou topando e pronto para outros convites.
Aproveito para agradecer o tratamento recebido na Escola Donatila Lopes. Na sala dos professores servem um gostoso café, acompanhado da gentileza do corpo docente.