Quantos custa uma eleição para escolha de presidente de Câmara Municipal? No dia primeiro do ano assumem os novos prefeitos, seus secretários e tomam posse os vereadores de todos os municípios brasileiros.
Após tomarem posse, os vereadores, imediatamente, elegem o presidente da Câmara Municipal, autoridade muito importante no jogo de poder municipal. Ele, em nome do povo, é responsável por fiscalizar o prefeito e coordenar a elaboração das leis municipais. Função nobre e importante no processo democrático de representação popular.
Nos bastidores das eleições para presidente da câmara, porém, o jogo é do vale tudo. O prefeito eleito quer controlar a câmara para que ela não lhe faça oposição. O grupo que perdeu as eleições, quer eleger o presidente para mostrar que tem força e poder continuar influenciando no poder local.
Os candidatos as eleições de 2014, seja governador, senador ou deputado, entram no jogo auxiliando a vitória do seu time. Afinal, este é um round da luta deles também. Os presidentes vão lhe retribuir o apoio em votos.
Quem faz a maioria primeiro, não pode comemorar. Ainda tem que cuidar e proteger seus vereadores para que não virem o jogo na hora “h”. E para virar o jogo, não tem regra pré-estabelecida. Cargo no futuro governo. Assessores do prefeito. Contratos para os financiadores de campanha. Tudo vira moeda de troca.
O outro lado, reage com cargos na mesa, nas comissões e dinheiro. As ofertas financeiras começam com dez mil e podem subir muito, dependendo do duodecimo da câmara e do poder de fogo do caixa do padrinho do presidente. Tem até ameaça de morte no processo.
Na reta final, após todo o tipo de “negociação republicana”, está na hora de preservar o time de futuros assédios.
Neste momento o grupo majoritário, para assegurar a tranquilidade dos seus vereadores e livra-los dos assédios, coloca-os em concentração, para alguns é sequestro. Vereadores são levados em grupo para passar os últimos dias isolados e só aparecem na hora da posse e da votação.
Você pensa que tudo está terminado? Não. O voto é secreto e como diz um velho filosofo mundano: “na escuridão, os homens mudam de personalidade”.
Esse salve-se quem poder não pode continuar.
Muitos vereadores honestos não gostam deste jogo sujo onde quem ganham são os políticos bandidos, mas, por pura ausência de boas regras, ficam a mercê das artimanhas dos mais esperto.
Se queremos ser uma democracia moderna, precisamos de regras claras e limpas que permitam que os bons políticos possam jogar o jogo da inteligência e do que é melhor para o povo.